"É SEGREDO, NÃO CONTO A NINGUÉM, SOU TIJUCA, VOU ALÉM"


Todos os que me conhecem sabem do carinho que sinto pela Tijuca. Não canso de dizer em rodas de bar que um dia ainda caso com uma tijucana (para horror de alguns e orgulho de outros). A Tijuca transpira boemia. Guarda em conserva um lado particularmente especial do Rio. Não troco minha Copacabana por quase nada, fato. Mas não esqueço os amigos que fiz na Tijuca.  E justamente neste ano especial em que concorri com um samba  (ouça aqui) para a Unidos da Tijuca, escola que me recebeu de braços abertos, a danada se consagra campeã - apesar do samba escolhido não ter sido o meu (diria que batemos na trave), não há como não me sentir bastante pé quente, pelo menos nisso - um título sonhado há mais de 70 anos.

Título que se deve, principalmente, ao surpreendente Paulo Barros, que ao invés de entregar por escrito o que pretendia levar para a avenida, inovou novamente concedendo uma entrevista com todos os compositores - e em particular.

Durante as duas horas em que estivemos juntos, fui percebendo que as benditas maravilhas que eu escutava se travam apenas do leve chiado de uma pavio cuja rara bomba criativa estava prestes a explodir, porque foi o que aconteceu, uma revelação atômica de surpresas avassaladoras. O Paulo mereceu muito este título que há anos vinha buscando à base de duras críticas daqueles que pensam que o bom desfile de carnaval se resume ao tradicional repeteco de paêtes e plumas que ainda embelezam, mas que sozinhas não surpreendem mais, não depois do que foi apresentado pela Tijuca.

A quadra estava lotada. Contagiante. Comemorei junto com meu pai (fiel colaborador) e meu querido parceiro Dudu Linhares, que compôs o samba que oferecemos pra Tijuca e  mais dois outros para bloco de rua que tivemos a felicidade de ganhar.

Estou tão ligado a Tijuca que até o meu querido Serginho Gama, que defende meus sambas ofuscando minha voz sempre que abre a garganta e que em minha opinião é um dos melhores intérpretes oficiais que Unidos possui, vestiu a camisa do bloco Fogo na Cueca com garra, aceitando ser o puxador oficial e deixando todos nós da organização bastante felizes em tê-lo como voz absoluta do bloco mais fantasiado do Rio de Janeiro.

A Tijuca está tão do meu lado que até no trabalho a gente não se desgruda. Na semana passada a minha agência produziu mais uma pecinha para a Devassa, dessa vez foi a da Tijuca (o restaurante está lindo, fica aonde era o antigo Terceiro Milênio) , a gigantografia de madeira esta bem na porta da cervejaria para quem quiser conferir. Não preciso nem dizer o quanto foi fácil criar o título desta peça públicitária que aparece aí do lado direito. Afinal o assunto era a Tijuca.  O difícil, talvez, seja encontrar a tijucana dos meus sonhos (rs...). São tantas tijucanas. São tantos sonhos...

" CANTA TIJUCA, CANTA... QUE A CIDADE QUER TE OUVIR CANTAR"
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